domingo, 28 de outubro de 2012

Maringá, Sarandi e Paiçandu rediscutem limites e áreas

É Maringá, Sarandi ou Paiçandu 


Proprietário de uma indústria de calhas há 15 anos, o empresário Antonio Rodrigues há tempos convive com um problema na hora de mandar imprimir cartões de visita ou fazer propagandas impressas ou para o rádio: não sabe se divulga que a empresa está em Maringá ou em Sarandi, se está no Jardim Panorama ou no Jardim Regente, se na Avenida Tiradentes ou na Rua Monte Everest. O problema de Antonio Rodrigues é quase o mesmo de outro Antonio, o de Lima, dono de uma empresa de transporte escolar, que sabe que está em Maringá, mas que encontra muita gente que teima que ele trabalha em Sarandi. 
Bom... ao menos os dois Antonios sabem onde está o limite entre os dois municípios. Este já não é o caso de Rosa Maria de Moraes, que mora a algumas quadras ao norte, na Rua Francisco Silveira da Rocha. Ela não sabe em qual cidade mora. "Eu pago IPTU para a prefeitura de Sarandi; os boletos de água e a luz também vêm com endereço de Sarandi, mas o comentário aqui é de que estamos em Maringá."
Moradora há 25 anos na mesma casa, Rosa não conseguiu resposta decisiva sequer da prefeitura. A casa fica próxima ao Contorno Norte, em um ponto que gera questionamentos pela proximidade com Maringá.
As dúvidas dos moradores da divisa são tão antigas quanto a própria cidade. Naquela região, terrenos que ficavam em Sarandi foram vendidos como se fossem de Maringá. A linha imaginária entre as duas cidades divide propriedades e quarteirões inteiros ao meio, separando também os serviços públicos oferecidos pelas prefeituras.
O Jardim Atlanta é oficialmente de Maringá, mas está inteiro em uma área que, observada em um mapa, parece ser de Sarandi.
A Avenida Tiradentes, onde está a empresa de calhas de Antonio Rodrigues, acaba no meio de um quarteirão do Jardim Panorama, em Sarandi, e muda repentinamente de nome quando entra no Jardim Regente, em Maringá – vira Rua Monte Everest.
"A gente sabe que a cidade acaba – ou começa – aqui por causa dos documentos dos terrenos, mas não há mais nada que mostre isto", diz Rodrigues. "O lixeiro vem até aqui, mas não recolhe o lixo do meu vizinho. A minha água é de poço artesiano, e a dele é da Sanepar. Eu tenho um carteiro e ele tem outro." 
"Eu estranhava que minhas entregas chegavam só até aqui. Só depois fiquei sabendo que daqui para lá vem um carteiro de Maringá", comentou Gilmar Aparecido Chiles, dos Correios de Sarandi.
COMO É E COMO DEVE FICAR